Acabou o Paulistinha para o Corinthians. Ainda bem!

O último título paulista que comemorei foi no distante ano de 2003. O 3 x 2 sobre o São Paulo me serviu para ver Ricardinho e Oswaldo de Oliveira perdendo um título pelo rival, para consagrar Liédson e para manter a fase incrível iniciada na temporada anterior. Apesar da final emocionante, já sentia que o estadual não pesava tanto — só queria saber da disputa da Taça Libertadores. Depois de duas finais nacionais na temporada anterior, o paulista era muito menos do que eu poderia desejar. Hoje não consigo sequer comemorar gols no torneio local — com exceção dos de Ronaldo em 2009.

(A final do ano passado eu nem sequer vi. Nem o primeiro, nem o segundo jogo. Não celebrei, como não celebrei em 2009. Me dirá o amigo corinthiano alucinado que essa não é uma postura de torcedores fanáticos. Concordo: o fanatismo, assim como o estadual, só tira foco daquilo que importa. Não tenho paciência para ser fanático. Essa ideia de “ganhar até no par ou impar” nunca me comoveu, nem para mim nem para o Corinthians. O que quero ver é time ganhar o que importa, sempre. Esse espírito de CEO de multinacional, segundo o qual o céu é o limite e vitórias vêm com esforço ininterrupto, eu não tenho.)

A eliminação precoce no estadual 2014 só não foi melhor que a de 2012 diante da Ponte Preta porque o Corinthians não teve competência em 2013 para se classificar para a Taça Libertadores. Há cinco rodadas só penso em ver o time fazendo uma pré-temporada como a do Atlético Paranaense em 2013 — culminando com a classificação do Furacão para o torneio continental deste ano. Esse tempo de preparativos num ano de calendário tumultuado pela Copa do Mundo só pode fazer bem para a renovação do time campeão do mundo em 2012, um processo iniciado com qualidade pelo treinador Mano Menezes.

Jadson, Luciano, Bruno Henrique e até Romarinho foram bem no paulistinha, mas isso não quer dizer nada nas disputas que realmente interessam. Alguns defeitos defensivos podem ser meramente um fruto de início de temporada, não podem ser tomados como presságio do que virá. Assim como a desclassificação no grupo mais equilibrado pouco quer dizer sobre o desempenho em si neste início. A derrota por goleada no clássico diante do Santos é um desses resultados bizarros que se tem uma vez ao ano. E só.

A mídia esportiva, que fala no gigantesco vexame do Corinthians de ser eliminado na fase de grupos, parece se incomodar mais que os torcedores. E é justo que assim seja daqui em diante: desde o título mundial a grande maioria dos corinthianos aprendeu alguma calma — exceto pelos paspalhos de torcidas organizadas que invadem CTs e ensaiam seus patéticos gritos homofóbicos atrás do gol dos rivais. Apesar das críticas, todos sabem que o ano mal começou. Que o estadual pouco diz sobre sucesso ou fracasso nesta temporada.

Tchau, paulistinha. Não sentirei saudades, só para variar um pouquinho.

Sobre Mauricio Savarese

I am a Brazilian journalist who got tired of reporting only in Portuguese. Politics and football, these are my turfs. Twitter: @msavarese. Email: savarese.mauricio@gmail.com
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