A hora de tergiversar acabou. Não importa se as torcidas organizadas têm gente bacana no meio, se sua origem social é respeitável ou se empurram o Corinthians em cada partida. Foram tantos erros grosseiros no último ano que um torcedor ligado a esses ajuntamentos de sabotadores não pode mais alegar desconhecimento sobre o que se faz ali ou perseguição a seus integrantes. Muito menos se pode falar em incidentes isolados.
Depois dessa inédita agressão do último sábado, provavelmente a mais insensata e grave na memória recente, ficar ao lado das torcidas organizadas equivale à admissão de culpa. O silêncio é igual à cumplicidade. E minimizar o incidente, como se esses agressores fossem vítimas da sociedade, é inaceitável. Chegou a hora de o Corinthians se libertar dessa pressão inconsequente e o presidente Mário Gobbi pode fazer isso. Deve.
Não sei o motivo para parte da Gaviões da Fiel atacar o presidente do Corinthians desde os últimos jogos do Brasileirão 2013. Suponho que algo tenha sido cortado. E que se corte mais — ingressos, gasolina para as viagens, acesso aos jogadores, financiamento de churrascos, privilégios no clube social. Não interessa se esses organizados votam nas próximas eleições e são conslheiros influentes: têm de ser extirpados. Agora.
O momento é este para mitigar a influência política das organizadas e viabilizar um Corinthians mais moderno e sem esses laços com aliados do crime organizado — grande função de todas as principais torcidas organizdas de São Paulo. Quem não entender a gravidade desta hora corre risco de ser engolido pela história.
Daqui algumas décadas a pergunta a cada corinthiano pode não ser “onde você estava quando ganhamos a Libertadores?” Pode ser “o que você fez quando as torcidas organizadas quiseram tomar o Corinthians do resto dos torcedores?”
A minha resposta será esta: “Defendi o rompimento amplo, geral e irrestrito.” Hoje mais do que nunca. Eles não têm de fechar por causa da Justiça. Têm de fechar por inanição. O Corinthians para os corinthianos, e a cadeia para os organizados que querem nos roubar.
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